No dia 1º de abril de 2016 o Prof. Dr. Hélio Lemes comemorou 25 anos de trabalho na carreira de docente. Como reconhecimento pela oportunidade que lhe foi dada em 1991 para que iniciasse sua carreira, o professor redigiu uma carta aberta ao Colégio Batista de Varginha, local onde ministrou sua primeira aula naquela data.
A carta foi entregue à Profa. Diná de Souza Melo, atual diretora da escola, através de quem, o professor estendeu seus agradecimentos a todos com quem conviveu nos 10 anos em que atuou naquela instituição e de onde saiu para atuar no ensino superior, atuando não só como professor, mas também como pesquisador, escritor e palestrante.
Diná de Souza Melo, Diretora do Colégio Batista de Varginha com o Prof. Hélio, na entrega da carta de agradecimento
Segue abaixo a íntegra da carta de reconhecimento e gratidão:
Varginha, 1 de abril de 2016
Carta aberta ao Colégio Batista de Varginha,
Há 25 anos, em março de 1991, eu fiz uma ligação telefônica de Cambuquira para o número 221-1231, em Varginha, atendendo a um anúncio veiculado na Rádio Vanguarda, que tratava de uma oportunidade de emprego como professor na então chamada Escola Batista de Varginha. A vaga era para substituir um professor de Análise de Sistemas, no curso Técnico em Processamento de Dados, que se mudou para o Rio de Janeiro após o início daquele ano letivo.
Agendei uma entrevista com o Sr. Emiliano de Souza, que foi muito rápida e objetiva. Baseou-se, se não me falha a memória, em apenas uma pergunta: "você é formado na área?" Após minha resposta afirmativa, fui comunicado que a primeira aula seria dois ou três dias depois, mais precisamente, no dia 1º de abril de 1991.
Foi um aprendizado e tanto. Nos 11 anos em que lecionei “no Batista”, convivi com pessoas que muito me ensinaram e que me serviram de exemplos. Algumas amizades permanecem até hoje e certas lembranças nunca abandonaram ou abandonarão minha memória.
O início não foi nada fácil, devido à inexperiência e insegurança. Tive tropeços, que colaboraram para minha formação profissional e, com o tempo, e com o apoio que tive dos colegas, fui construindo uma boa reputação como professor. Consequentemente, foram surgindo novas oportunidades, que me levaram até à situação atual, em que coordeno um programa de mestrado em uma universidade pública federal.
Fui tratado no Batista como profissional, mesmo não sendo ainda "tão profissional", afinal, eu era recém-formado, com 23 anos de idade e sem nenhuma experiência no ensino. Fui tratado com respeito e assim aprendi a respeitar profissionalmente todos os colegas, superiores e alunos, ao longo da minha carreira profissional em todas as instituições pelas quais passei.
Completo hoje um ciclo simbólico, ao término de um quarto de século atuando nesta profissão, que me trouxe realização, prazer e enormes responsabilidades. Dentre elas, a de inspirar pessoas e servir de exemplo para meus alunos em seus estudos, no entusiasmo pela ciência e pela vida.
Agradeço ao Sr. Emiliano, estendendo esse agradecimento a todos que, de alguma forma, contribuíram para que o período que passei na Escola Batista fosse de crescimento e preparação para os enormes desafios que enfrentaria, ao fazer o mestrado, o doutorado e na permanente atividade de pesquisa e orientação de alunos e nas vezes em que tive que enfrentar plateias de mais de mil pessoas em minhas palestras pelo país a fora.
O respeito e a educação com que fui tratado no início da minha vida profissional como professor, agora desejo retribuir com este gesto simbólico de agradecimento.
O dia em que pisei em uma sala de aula, como professor, foi o dia da mentira naquele distante 1991, entretanto, apresento aqui como genuína e verdadeira, a minha manifestação de profunda gratidão e respeito.
Obrigado Sr. Emiliano e a família Souza (Família Batista).
Hélio Lemes
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